quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ditadura do judiciário, arbitrariedade



Para senadores do PT, revogação mostra que prisão de Mantega foi “arbitrária”
  • 22/09/2016 15h05
  • Brasília
Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil
Senadores petistas consideram que a revogação da prisão temporária do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega pelo juiz federal Sérgio Moro no início da tarde mostra que a detenção foi “arbitrária”. Mantega foi preso no início da manhã de hoje (22) na 34ª fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal, chamada de Arquivo X.

Ao justificar a decisão de mandar soltar o ex-ministro, Moro afirmou que, diante do quadro de saúde da esposa de Mantega, e como as buscas e apreensões de documentos nos endereços residenciais e comerciais dos investigados já foram feitas, não há mais a necessidade de manter o ex-ministro detido, já que ele não pode mais interferir na coleta de provas.

Pelo Twitter, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou a atitude de Moro de lamentável. “Prende-se um cidadão no hospital, ao lado da mulher com câncer, que ia se submeter a uma cirurgia. Depois, manda-se soltar. Que vergonha! Ficam absolutamente claros o abuso e o autoritarismo que o próprio autor [juiz Sérgio Moro] reconhece com a revogação do ato. Lamentável!”, escreveu o senador em sua conta na rede social.
 Guido Mantega é preso na Lava Jato e levado para sede da PF em São PauloFernando Bizerra/Agência Lusa

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), Moro recuou diante da repercussão negativa da prisão de Mantega em um hospital na capital paulista, onde estava para acompanhar uma cirurgia de sua mulher, que está em tratamento contra um câncer.
“Depois de críticas e protestos a mais uma arbitrariedade, Moro recua e revoga a prisão de Mantega, justificando acompanhamento à cirurgia da mulher. A ordem pública não corre mais risco!”, disse Gleisi em sua página no Facebook.

O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), prestou solidariedade ao ex-ministro, também por meio de uma rede social. “A prova do absurdo: a pressão e a denúncia da arbitrariedade garantiram um recuo na esdrúxula prisão do ex-ministro Guido Mantega. Ele estava no hospital para acompanhar a cirurgia da esposa, que sofre de câncer. O showzinho midiático da força-tarefa [da Operação Jato] teve apenas o objetivo de aquecer a pauta da mídia empresarial e criminalizar o PT”, afirmou o petista.

DEM e PSDB 
Mais cedo, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que sempre foi senso comum que Mantega apenas cumpria “os mandos e desmandos” que a ex-presidenta Dilma Rousseff ditava para a política econômica. “Faltava autonomia ao ministro para comandar sua própria pasta. Por que imaginar que sua participação no petrolão seguiu critério diferente? Mantega sempre agiu sob ordens diretas do Palácio do Planalto”, disse o senador em uma rede social.

Em nota, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que as denúncias da nova etapa da Lava Jato precisam ser investigadas "em profundidade" para que as responsabilidades sejam "determinadas".

"Essa nova fase da Operação Lava Jato demonstra o quanto os interesses do PT se confundiam com ações do governo, envolvendo agora o mais longevo ministro da Economia das história do Brasil". 

No comunicado, Aécio disse que o PSDB compreende a decisão do juiz Sérgio Moro que, "por razões humanitárias", revogou a prisão de Mantega. "A decisão é compreensível em razão do estado de saúde da esposa do ex-ministro, mas, certamente, no momento adequado, ele será chamado a se colocar à disposição da Justiça", completou o tucano.
*Texto ampliado às 17h11 para incluir a declaração do senador Aécio Neves 
Edição: Luana Lourenço

domingo, 4 de setembro de 2016

Câncer Infantil, cuidados

Setembro Dourado: cura do câncer infantil chega a 70% dos casos com diagnóstico
  • 04/09/2016 16h37
  • Brasília







Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O câncer infantil figura atualmente como a segunda causa de morte na faixa etária entre 1 e 19 anos, perdendo apenas para causas externas, como acidentes e violência. Apesar disso, o índice de cura pode chegar a 70% dos casos se houver diagnóstico precoce. O alerta é da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica que promove a campanha Setembro Dourado no intuito de ampliar a conscientização em prol da causa.

De acordo com a entidade, no Brasil, a taxa de cura do câncer infantil gira em torno de 50% dos casos – índice bastante distante de países como os Estados Unidos, onde a taxa é de 80%. A campanha destaca que o tratamento, nestes casos especificamente, vai muito além do papel exercido por hospitais e defende o empenho de diversos setores na luta contra a doença.

Câncer em crianças X câncer em adultos
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 12 mil novos diagnósticos de câncer infantil no Brasil a cada ano, com pico de incidência na faixa de 4 a 5 anos e um segundo pico entre 16 e 18 anos.

Os tipos mais comuns de câncer entre adultos são os carcinomas (como câncer de pulmão e câncer de mama), provocados, em parte, por fatores ambientais e estilos de vida. Já em crianças, os tipos mais comuns são leucemia, tumores no sistema nervoso central e linfomas (câncer dos gânglios linfáticos), geralmente com origem em células que se desenvolveram em estágios iniciais da gestação.

Câncer infantil é doença familiar
A campanha defende ainda que o profissional de saúde que atende uma criança com câncer deve estender o tratamento a toda a família do paciente, uma vez que o câncer infantil é visto por especialistas como uma espécie de câncer familiar e não de um único indivíduo apenas.

A proposta é que a sociedade civil organizada exerça papel fundamental de dar apoio psicológico, principalmente aos que estão em outra cidade para o tratamento e o acolhimento da família e da criança.

“A luta pelo câncer infantojuvenil é de todos – governantes de todas as esferas, pais, educadores, profissionais da saúde, voluntários, cidadãos. Assim, quanto mais informações sobre a doença forem disseminadas na sociedade e cada um assumir o papel de promoção pela cura, alcançaremos a meta, pois não há prêmio melhor do que uma criança curada.”

Sinais a serem investigados
Os principais sinais de investigação em relação ao câncer infantil são:

- vômitos associados a dores de cabeça (sem náusea)
- desequilíbrio ao andar
- dificuldade na visão
- dores ósseas ou nas articulações
- movimentos limitados
- palidez insistente
- febre persistente
- emagrecimento
- fraqueza
- irritabilidade
- sudorese excessiva
- manchas roxas no corpo ou em pálpebras
- sangramento em geral
- diarreias crônicas
- dores frequentes nos dentes, não associadas a cáries
- dores abdominais prolongadas
- ínguas, gânglios ou nódulos indolores, com rápido crescimento, principalmente no pescoço, axila ou virilhas
- nódulos ou pintas na pele, que crescem ou mudam de cor
- secreção crônica drenada pelo ouvido
- desenvolvimento precoce de caracteres sexuais
- na região dos olhos, pupila branca ou totalmente dilatada, protrusão do globo ocular.
Edição: Maria Claudia