quarta-feira, 19 de junho de 2019

Reabilitação pós-ciclones em Moçambique


Moçambique vai à ONU pedir mais fundos para a reabilitação pós-ciclones













Cheias em Pemba
                                                                            Cheias em Pemba



O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, convida Moçambique a estar presente na sessão da Assembleia-Geral da ONU e apresentar, mais uma vez, as necessidades orçamentais para reconstruir as zonas afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth.
Moçambique será representado por uma delegação encabeçada pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que, no dia 25 de junho, vai falar perante todos os países que integram o sistema das Nações Unidas.
A sessão acontece numa altura em que já começam a ser disponibilizados os fundos prometidos pelos doadores na conferência internacional realizada nos dias 31 de maio e 1 de junho, na cidade central moçambicana da Beira.
O Banco Mundial, que prometeu 470 milhões de dólares americanos, e o Banco Africano de Desenvolvimento, cerca de 50 milhões, são os parceiros que já estão a canalizar fundos.
Uma das primeiras obras a ser executada é da reabilitação da estrada nacional número 6, que faz a ligação entre Beira e Machipanda, na fronteira com o Zimbabwe.
Além das infra-estruturas públicas, a outra prioridade, segundo Francisco Pereira, Director do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones Idai e kenneth, é reconstruir as casas destruídas pelas calamidades.
Nas zonas centro e norte de Moçambique, os ciclones destruíram total ou parcialmente mais de 250 mil habitações.
Pereira diz que não será possível reconstruir todas as casas, mas que vai ser encontrada uma forma de ajudar a população afectada.
As necessidades orçamentais para a reconstrução das sete províncias moçambicanas afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth estão estimadas em três biliões e duzentos milhões de dólares americanos, mas os doadores só se comprometeram em disponibilizar um bilião e duzentos milhões.



terça-feira, 11 de junho de 2019

Moçambique


Analistas advertem para eventual propaganda do Estado Islâmico sobre presença em Moçambique








Grupo reivindica acção em Cabo Delgado

                                        Grupo reivindica facção em Cabo Delgado


Analistas moçambianos dizem que a reivindicação do Estado Islâmico de que deteve um ataque do exército, na província de Cabo Delgado, pode ser uma indicação de que este grupo radical sabe que tem irmãos a lutar no país que, eventualmente, possa ajudar , mas que o suposto ataque da passada segunda-feira, não passa de uma propaganda no dia do Eid.
Foi a primeira vez que o grupo radical se pronunciou sobre os ataques armadosque têm ocorrido em alguns distritos da província nortenha de Cabo Delgado.
Tais ataques foram inicialmente atribuídos a fundamentalistas islâmicos, e mais recentemente, a antigos garimpeiros ilegais que operavam no distrito de Montepuez, igualmente naquela província.
Refira-se que na altura, a liderança da Comunidade Islâmica em Moçambique negou qualquer ligação com os atacantes, e nas celebrações do Eid, esta quarta-feira, reiterou que nada tem a ver com os insurgentes.
O político moçambicano, Raúl Domingos, diz que não se deve desprezar esta alegação, tanto mais que até aqui ninguém tinha reivindicado os ataques a aldeias e cidadãos em Cabo Delgado.
De acordo com aquele político, "o que se dizia é que se tratava de forças não identificadas que estão a desenvolver facções de terrorismo em Moçambique, pelo que, para mim, o assunto é mais sério do que se imaginava.
Entretanto, o analista Dércio Francisco considera que a reivindicação do Estado Islâmico "é uma propaganda, mas isso mostra que o grupo pode ter interesse em Moçambique".
Francisco realça que o Estado Islâmico está agora a viver o seu pior momento, porque perdeu o território e o exército que tinha na Síria, e o que está a fazer agora é aquilo que se chama guerrilha de mídia, tentando fazer passar a ideia de que é tão forte que até ataca Moçambique".
A informação sobre a reivindicação do Estado Islâmico foi bastante mediatizada em Moçambique, e chegou também ao conhecimento da polícia moçambicana, mas esta declinou-se a fazer qualquer comentário.