terça-feira, 10 de junho de 2014

RACISMO NO BRASIL

OU PORQUE AS LEIS NÃO FUNCIONAM E DESAFIAM O ESTADO

Uma Copa sem racismo. Esse é o objetivo do governo federal para o Mundial com sede no Brasil. Secretarias e governos estaduais têm aderido a campanhas para combater esse crime e conscientizar a população quanto ao respeito às diferenças, aproveitando a chegada da Copa do Mundo da FIFA 2014 e toda a diversidade cultural, racial e religiosa dos turistas e torcedores.
De acordo com a Fifa, durante as quartas de final da Copa do Mundo, as seleções envolvidas nas quatro partidas levantarão faixas com mensagens contra o racismo.
Em fevereiro, a presidenta Dilma Rousseff, em visita ao Vaticano, pediu ao Papa Francisco uma mensagem de paz e contra o preconceito para a Copa. “Pedi um posicionamento quanto à questão da paz e contra o preconceito, especificamente contra o racismo”, afirmou a presidenta.
Para Dilma, o futebol tem o poder de ser uma ação afirmativa na luta contra o preconceito e o racismo, além de disseminar os valores da paz, do entendimento entre os homens e entre as nações.
“Um País tão multicultural, onde todas as raças do mundo são encontradas, abre uma possibilidade para uma ação contra o racismo e a discriminação”, destacou.  
Como uma das iniciativas para conscientizar a população, o Ministério do Esporte vai  relançar, em edição bilíngue, o livro "O Negro no Futebol Brasileiro", publicado originalmente em 1947 pelo jornalista Mário Filho e entronizado como um estudo clássico do esporte no País. Será um reconhecimento da contribuição do negro à formação social brasileira e exaltação à mestiçagem que nos distingue como nação.
Campanha
Copa sem Racismo, esse é o tema da campanha do governo federal lançada em 7 de maio. O governo preparou diversas ações publicitárias para conscientizar a sociedade de que racismo é crime e intolerável. Elas serão vinculadas em sites de notícias e portais dos Ministérios e órgãos públicos. A campanha também traz um movimento nas redes sociais com a hashtag #copasemracismo e vídeos que estão sendo exibidos nos canais abertos de televisões. O objetivo é fazer da Copa no Mundo no Brasil um símbolo mundial contra o racismo.
Racismo é crime
Há 25 anos, o racismo foi definido na Constituição Federal, pela Lei 7.716/89, como um crime inafiançável e imprescritível no País.
Segundo a lei, não pode ter a punição paga com fiança e não tem tempo de validade – e, ainda segundo a Constituição, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Ou seja, ser impedido de exercer os seus direitos por conta de sua cor, religião, opção sexual, entre outros, se caracteriza como crime e precisa ser denunciado, e o primeiro passo é procurar a delegacia mais próxima e abrir um boletim de ocorrência. Algumas capitais também possuem telefones específicos para isso.
Denúncias por telefone
Em São Paulo, por exemplo, onde ocorrerá  a abertura da Copa do Mundo, vítimas de racismo podem ligar para o SOS Racismo, no telefone 0800-77-33-886.
Já no Rio de Janeiro a denúncia pode ser feita através do email  racismo@sejdic.rj.gov.br ou pelo telefone 21 2334-5587.
No Distrito Federal, foi lançado no ano passado o Disque Racismo, feito pelo número 154 opção 7.
Em Pernambuco, há uma central de denúncias com o número 0800 281 9455. Em Porto Alegre, também cidade-sede do Mundial conta com o 0800-5412333 para receber denúncias do crime.

FIFA destaca Copa de 2014 como "ocasião perfeita" para combater racismo

21/03/2014 - 16:28
No dia Internacional contra a Discriminação Racial, diretor de força-tarefa criada pela entidade máxima do futebol destaca o papel do Brasil para combater o preconceito
No dia Internacional contra a Discriminação Racial, o diretor da força-tarefa criada pela FIFA para discutir o tema, Jeffrey Webb, enviou uma mensagem na qual destaca que a Copa do Mundo de 2014 será “a ocasião perfeita para reforçar a mensagem de que o futebol é para todos”. Segundo ele, a fase de quartas de final da competição será dedicada ao combate ao racismo.
“Estou convencido de que o Brasil, com a sua sociedade diversificada, será o anfitrião perfeito. Como a presidente Dilma Rousseff mencionou recentemente, esta será a Copa do Mundo contra o racismo e todas as formas de discriminação. O futebol tem o poder de promover a integração e endossar modelos positivos na sociedade. Este esporte tão bonito é cheio de paixão, e a paixão tem o poder de abrir o caminho para transformações profundas”, afirmou na nota.
Escolhido pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o tema deste ano é destacar o papel que os esportes podem desempenhar no combate ao racismo e à discriminação. “A nossa meta é promover um esporte no qual todos abracem a diversidade e a universalidade em todo o mundo”, comentou Jeffrey Webb.

A força-tarefa da FIFA para combater a discriminação racial foi criada em maio de 2013, após deliberação do congresso da entidade máxima do futebol, que aprovou punições em casos de racismo. Entre elas estão a retirada de pontos, a expulsão de uma competição ou o rebaixamento no caso de reincidentes ou incidentes graves das equipes.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

MODERNIDADE E ECONOMIA GLOBAL


Porque a COPA DO MUNDO NO BRASIL é mais um problema?
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Estamos a poucos dias do inicio da copa do mundo de futebol. E acredito que o Brasil vá ganhar mais esta copa. Não por ter o melhor futebol, a melhor organização. Mas por ter os maiores problemas que a FIFA já enfrentou ao tentar realizar seu campeonato. Nunca antes o futebol brasileiro teve sob tanto fogo cruzado. Os problemas sociais – o grave e violento apartheid social e racial em que vive o país e que o mundo não reconhece e nem observa irão operar e aparecer de forma raivosa e o mundo não entenderão como o país das mulatas, do  carnaval, do futebol e do homem gentil se tornou tão irascível e nervoso.
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É o que estamos vivendo. É o que aconteceu nos últimos anos de uma falsa democracia sob-regime e controle de trabalhadores burgueses. O partido dos trabalhadores criou a cultura do invisível – todas as principais mazelas relativas à igualdade de oportunidades, a violência direta do estado contra pobres e pretos, o atraso institucional vindo do período da escravidão, ainda são renitentes e norteiam qualquer opção de desenvolvimento e oportunidade, em qualquer situação no país. Nos últimos 20 anos, o estado brasileiro matou tanta gente. Muito mais que na guerra da síria, do Afeganistão ou do Iraque. Nunca foram dizimados de forma covarde tantos jovens, todos negros. Esta em curso no país atualmente uma faxina étnica tremenda, desumana e muito bem camuflada. Dados do próprio governo apontam para a mortandade desenfreada de jovens da periférica das grandes e medias cidades, de jovens insistentemente não brancos. Que não protestam – alias, o líder dos rolezinhos de protestos foi morto num baile funk recentemente. Seguramente por forças da segurança de estado disfarçadas.
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O exemplo que gringos não entende de violência institucional são a repressão aos rolezinhos: jovens não brancos invadem os centro  de compras – shoppings, para lanchar e passear. Há protestos dos brancos burgueses e as forças de segurança do estado aparecem com todo seu aparato – armas letais, truculência, violência, para achincalhar jovens desarmados, cujo único crime - querer desfrutar do ambiente burguês – são humilhados, espancados e presos, alguns assassinados. Numa clara demonstração de intolerância que o mundo precisa reconhecer e entender.
Pela minha analise todos estes movimentos são uma resposta a repressão violenta e a falta de canais de comunicação entre as classes econômicas e o estado – que pressionado pela burguesia, reage matando crianças, atacando preventivamente como se esta reação abrandasse a violência. As forças de segurança estão perdidas, são povo e agem sempre contra o povo. Que esta se armando assustadoramente para reagir à violência policial, a violência do aparelho do estado.  As torturas continuam o estado brasileiro sempre foi o maior patrocinador da tortura. Mesmo tendo como presidenta uma mulher que foi presa e torturada.

Não somos um povo gentil nem hospitaleiro
Os gringos ou estrangeiros que virão ao Brasil para assistirem aos eventos da copa do mundo devem estar preparados. Serão hostilizados ou se meterão num caldeirão dos infernos. Vão encontrar uma população revoltada – com os gastos absurdos para construir esta copa,  ou com a ausência do estado brasileiro em questões básicas do  seu cotidiano: segurança, mobilidade, saúde, educação. O crescimento econômico propugnado pelos especialistas apenas exponenciou as mazelas históricas nunca atacadas de fato pelo estado. E num imobilismo radical, nunca por qualquer grupo de poder, de direita ou esquerda. 
Imagem da Internet
Não esperam facilidades nesta estada, apesar de amarmos estrangeiros. Mas o momento  social não é propicio para festas. Há muito para fazer e hoje a sociedade toda percebe o quão pouco foi feito.

A Copa do Mundo da FIFA, agora percebemos, foi um engodo violento do estado. Os recursos empregados ultrapassaram em muito o orçamento e previsto. Se uma fração dessa montanha de recursos fosse aplicada na educação, na habitação popular, no combate a corrupção, no atendimento médio/hospitalar, talvez fosse possível amenizar a revolta. Mas não, apenas a truculência e a falta de dialogo imperam. Daí a revolta social.