sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

no canadá...



Nova empresa de metais básicos da Vale traz de volta a canadense Inco
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A mineradora canadense Inco pode estar, de certa forma, prestes a retornar ao mercado, oito anos após a sua aquisição pela Vale. A IPO em estudo para o negócio de metais básicos da companhia, na bolsa de valores do Canadá (TSX), voltaria a atenção da mineradora para o mercado canadense, segundo matéria do jornal canadense Financial Post publicada ontem (3).
Na última terça-feira (2), a Vale afirmou que pode vender parte da sua unidade de metais básicos em uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), com possível listagem na Toronto Stock Exchange (TSX). A Vale pagou quase US$ 20 bilhões pelos ativos de níquel e cobre da Inco em 2006.

Segundo o Financial Post, há duas razões “lógicas” para a Vale considerar a IPO neste momento. A primeira é que a mineradora quer liquidez, uma vez que há planos de um grande gasto de capital no próximo ano, em meio aos baixos preços do minério de ferro. A segunda é, de acordo com o jornal canadense a mais importante, é que estes ativos estão “completamente perdidos” dentro da mineradora brasileira.

"Nós acreditamos que há um valor escondido lá [nos negócios de metais básicos]. Nós acreditamos que este valor tem que ser melhor expressado", afirmou o presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante o Vale Day, encontro com investidores que aconteceu na última terça-feira (2), em Nova York

A Vale se considera uma empresa de mineração diversificada, mas a maior parte de seus lucros vêm do minério de ferro. Apesar da queda nos preços da commodity desde o início deste ano, cerca de 80% do Ebitda da companhia no terceiro trimestre foram gerados pelos negócios de minério de ferro.

No mesmo período do ano passado, quando os preços da commodity ainda estavam em patamares elevados, o minério de ferro foi responsável por 97% do Ebitda da mineradora.

O negócio de metais básicos também é bastante rentável e gerou US$ 781 milhões de Ebitda para a Vale de junho a setembro deste ano. Mas, segundo o Financial Post, analistas e investidores dão pouca atenção à unidade.

A mineradora afirmou que seu negócio de metais básicos pode valer de US$ 30 bilhões a US$ 35 bilhões, preço pouco inferior ao seu atual valor de mercado, de US$ 43 bilhões. De acordo com a apresentação no Vale Day, a empresa busca vender uma pequena participação no negócio, de cerca de 30% a 40%, mantendo assim o controle da unidade.

“Eu acho que é eminentemente lógico para a Vale retomar a Inco e para Rio Tinto retomar a Alcan. O negócio de minério de ferro cresceu tanto ao longo da última década, tanto em volume quanto em preço, que dominaram as empresas", afirmou o analista independente John Tumazos, em entrevista ao Financial Post.

A Vale ainda não levou a proposta de IPO ao seu Conselho de Administração. Mas, segundo Ferreira, caso a transação seja aprovada, a TSX seria um lugar “lógico” para listar as ações da nova empresa, mantendo a sede da unidade de metais básicos em Toronto.

Isso seria um avanço bem-vindo para os investidores no Canadá, que buscam adquirir novas empresas de mineração após as aquisições de Inco, Alcon e Falconbridge na última década.

Mas, se a Inco voltar, seria muito diferente da empresa adquirida pela Vale em 2006. A mina de níquel na Nova Caledônia, conhecida como Goro nos tempos de Inco, está finalmente pronta e em funcionamento. A mina Voisey's Bay, em Labrador, no Canadá, que ainda era um projeto em 2006, já está funcionando plenamente e a Vale planeja, inclusive, uma expansão subterrânea da planta no curto prazo.

A Vale abriu ainda uma nova mina em Sudbury, também no Canadá, em fevereiro deste ano, chamada Totten, a primeira da empresa na região em quatro décadas, incluindo o período de operações como Inco. A minerado brasileira também concluiu projetos de níquel, carvão e energia elétrica na Indonésia.

A nova Inco viria aditivada pelas minas de níquel da Onça Puma (MOP), as de cobre de Salobo e de Sossego, todas no Pará. Além de minas de cobre na Zâmbia. Com informações do Financial Post.