Cinco coisas que você precisa saber
sobre o tombo dos mercados chineses – e seu efeito no Brasil
Para nos brasileiros, este cenário embora
traçado e vivido em 05/01/2016 | 08h14min, continua atual e piorando, é o
porque deste republicação para a África.
O tombo dos mercados
acionários chineses derrubou nesta segunda-feira (4) as principais bolsas de
valores do mundo, entre elas a brasileira.
No primeiro dia de operações de 2016, a Bovespa opera em baixa. Já
o dólar ultrapassou a barreira de R$ 4.
O dia também está
sendo de perdas no resto do mundo, com as bolsas dos Estados Unidos e da Europa
registrando índices negativos.
Pela manhã, o dólar
acumulava alta frente a 15 das 24 moedas emergentes ─ o real era a que mais se
desvalorizava diante da moeda americana.
O movimento reflete
os temores dos investidores sobre um crescimento menor da economia da China
neste ano, após os dados da indústria terem vindo mais fracos do que o esperado
─ foi a décima queda consecutiva em dezembro.
Logo após a
divulgação do indicador, o pregão chinês despencou 7% e acabou suspenso devido
à adoção de um novo sistema conhecido como "circuit breaker". O
mecanismo, que existe em vários países do mundo, inclusive no Brasil,
interrompe automaticamente as negociações de compra e venda de ações sempre que
há volatilidade excessiva nos mercados.
O setor industrial
chinês vem lutando contra a fraca demanda interna do país. Segundo o FMI, a
previsão é de que a economia da China cresça 6,3% neste ano. Se confirmado,
seria o menor valor em mais de duas décadas.
A desaceleração do
gigante asiático tende a produzir efeitos negativos em todo o mundo, o que pode
dificultar a recuperação da economia brasileira.
Confira abaixo quatro
fatores por trás do tombo nos mercados chineses nesta segunda-feira - e, em
quinto, seu efeito no Brasil.
1 -
Atividade industrial mais fraca
De acordo com
analistas, os dados ruins sobre a atividade industrial da China foram a
principal razão para o tombo do pregão desta segunda-feira. O indicador veio
mais fraco do que o esperado — houve contração pelo décimo mês consecutivo em
dezembro.
As estatísticas são
um reflexo da transformação da economia chinesa, cada vez mais dependente do
setor de serviços e menos da indústria, que, por sua vez, vem atraindo menos
investimentos estatais.
Dados sobre atividade
industrial na China vieram mais fracos do que o esperado
2 -
Implantação do 'circuit breaker'
Este foi o primeiro
dia em que o sistema conhecido como "circuit breaker" foi colocado em
prática.
O mecanismo suspende
automaticamente a negociação de compra e venda de ações sempre que há
volatilidade excessiva em momentos atípicos no mercado.
No caso da China, o
pregão foi interrompido por 15 minutos quando houve uma queda acumulada de 5%.
Quando as ações
voltaram a ser negociadas, e os papéis registraram perdas de 7%, as operações
das bolsas de valores ─ de Xangai e de Shenzhen ─ foram completamente
paralisadas.
As medidas foram
implementadas no ano passado por causa do crash da bolsa chinesa, mas só
entraram em vigor nesta segunda-feira.
O "circuit
breaker" não é uma particularidade do mercado chinês e existe em vários
países, inclusive no Brasil.
No entanto, é pouco
comum que todo o pregão seja suspenso por causa de uma queda de 7% ─ uma
indicação de que talvez as autoridades chinesas queiram evitar a todo custo um
novo crash da bolsa.
3 -
Yuan mais fraco
Houve uma depreciação
acentuada do yuan pouco antes do tombo do pregão chinês. A China desvalorizou a
moeda do país frente ao dólar para o menor valor em quatro anos e meio.
Especula-se que o
Banco Central chinês tenha abandonado a tentativa de manter o valor do yuan
frente ao dólar, o que significa que a autoridade monetária não deve continuar
intervindo para segurar a cotação da moeda.
No entanto, crescem
as preocupações de que esteja havendo uma fuga de recursos da China e que esse
movimento possa sair do controle.
Investidores estão
temerosos do que pode acontecer se o yuan continuar a perder valor – e o risco
que isso pode acarretar para o futuro da economia chinesa, ante a posição do
governo de continuar defendendo uma maior depreciação da moeda para incentivar
as exportações.
4 -
Venda de ações
Pessoas físicas que
investem na bolsa são facilmente influenciáveis e tendem a agir conforme a
maioria, movimento popularmente conhecido como "efeito manada".
Ou seja, quando ouvem
de corretores ou amigos que outras pessoas estão vendendo suas ações, também
tendem a se desfazer de seus papéis. E quanto mais o preço dessas ações cai,
maior é o volume vendido.
Apesar de os papéis
ainda estarem acima de suas mínimas históricas, as autoridades chinesas querem
evitar o crash da bolsa que ocorreu no verão passado.
5 -
Brasil
Para o Brasil, a
volatilidade no mercado chinês pode aprofundar a recessão e atrasar ainda mais
a recuperação da economia.
Isso porque a
turbulência no gigante asiático acende uma "luz vermelha" sobre
outros mercados emergentes. Avessos ao risco, investidores tendem a retirar
recursos desses países, derrubando as moedas locais.
"No caso do
Brasil, essa contaminação tem um impacto ainda maior porque nosso mercado
financeiro é bastante aberto, maior e mais líquido do que do de outros países",
explica André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.