CNJ lança
projeto de assistência à saúde nos presídios brasileiros
- 28/06/2016 18h22
- Brasília
Michèlle
Canes – repórter da Agência Brasil
O presidente do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo
Lewandowski, lançou nesta terça-feira (28) o Projeto de Assistência à Saúde e
Assistência Social no Sistema Prisional. O lançamento ocorreu no CNJ e o projeto
tem o objetivo de promover e garantir às pessoas presas, sua família e
agentes penitenciários o acesso à saúde e à assistência social.
Durante o lançamento do projeto,
o ministro lembrou a superlotação nas prisões do país: “Em uma condição de
superlotação, e nós temos, praticamente, para cada vaga dois presos, é fácil
imaginar que a situação da saúde é calamitosa”.
De acordo com o CNJ, com o
projeto os juízes passarão, por exemplo, a prever em suas sentenças ações
voltadas para a saúde e assistência social aos presos. Para o ministro
Lewandowski, a intenção é dar um maior protagonismo aos juízes.
“Agora eles terão também a
incumbência de cuidar pessoalmente deste bem importante para o ser humano que é
a saúde. Eles serão protagonistas e potencializarão não apenas nos espaços
prisionais a rede que já existe do SUS, mas também do Sistema Único de
Assistência Social, o SUAS”, disse o ministro durante o lançamento. E
completou: “Buscamos então fazer com que estes sistemas tenham também uma representação
dentro do sistema prisional”.
O Coordenador do Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de
Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ, Luís Lanfredi, também esteve no
lançamento disse que a intenção é que as prisões sejam qualificadas para serem
locais adequados para o recolhimento de pessoas. Entre as ações previstas,
Lanfredi citou, por exemplo, a realização de exames no momento em que a pessoa
entra para o sistema prisional.
“Hoje, quando o preso ingressa no
ambiente prisional, ele sequer tem direito a passar por uma bateria de exames,
ou seja, essa pessoa ingressa no ambiente prisional sem se saber em que estado,
condição física, mental e sensorial ela está adentrando nesse ambiente”, disse
Lanfred.
Com o projeto, uma das ideias é
que um acompanhamento seja feito, por meio de um prontuário médico associado a
um prontuário processual ou funcional ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Edição: Jorge
Wamburg