Por Marcelo Villela, agosto 30th,
2016,
A empresa russa Alrosa, a maior diamantífera do
mundo, planeja dobrar as suas vendas de pedras preciosas para a China e o Japão
até 2020. Segundo o economista russo Anton Shabanov disse à Sputnik, isso pode
levar a uma guerra no setor. A Alrosa planeja dobrar a venda de diamantes
brutos e trabalhados para a China e o Japão através de sua plataforma de
comércio em Vladivostok até 2020, até 12 bilhões de rublos ($185 milhões),
segundo o vice-presidente da empresa, Rinat Gizatulin.
Segundo especialistas, no longo prazo o volume de
comércio através da nova plataforma pode aumentar até dezenas de bilhões de
rublos por ano. O economista Anton Shabanov disse à Sputnik que a ideia é muito
atrativa porque este mercado não é limitado em termos de volume, especialmente
na China. Afirmou também que a empresa sempre soube que a China é um cliente
muito prometedor.
O país já está comprando pedras preciosas no
Oriente Médio, onde há uma bolsa de diamantes. “Quando a Rússia entrar neste
mercado com a sua nova plataforma, isso levará a guerras comerciais e
econômicas porque os maiores atores na região, com certeza, lutarão por manter
os seus clientes na bolsa de diamantes”, disse Shabanov à Sputnik. Explicou que
a empresa tomou esta decisão porque entende que este mercado não é estável e
pode oferecer à China uma forma de capitalizar em uma plataforma que é mais
próxima, mais abrangente e acessível.
É muito provável que a China queira poupar dinheiro
e fazer comércio com a Rússia em vez de trazer diamantes de locais distantes. O
especialista também disse que, primeiramente, a competitividade do preço dos
produtos será um fator importante, mas que, depois, deixará de ser, visto que
um preço baixo levará a baixo lucro da empresa. Shabanov notou que, apesar de
que a Alrosa é um dos maiores atores no mercado de diamantes, a China não
estabeleceu contatos permanentes com ela, comprando diamantes a muitos países.
No entanto, há a possibilidade de, se o país
escolher um fornecedor principal, ter condições mais favoráveis devido ao grande
volume de vendas. Este produto está em demanda porque não é somente a indústria
de joias que compra toneladas de diamantes, mas também as empresas de altas
tecnologias. Por exemplo, os diamantes são necessários para a produção de
lasers. Como a indústria de lasers se desenvolve de forma rápida, bem como
outras tecnologias, o mercado está crescendo, disse Shabanov.
Recentemente, a Alrosa anunciou que vai abrir uma
sucursal em Vladivostok, perto de fronteira com a China. O seu objetivo
principal é aumentar as vendas nos países da Ásia-Pacífico e melhorar a
cooperação com empresas da região. A sucursal servirá também para recolher
informações sobre a região e os interesses das suas empresas.
Além disso, a Alrosa pretende encontrar novos
parceiros potenciais e investidores. Na semana passada, a empresa abriu um
leilão de diamantes raros com peso de mais de 10 quilates, nas vésperas do
Fórum Econômico do Oriente, marcado para 2-3 de setembro em Vladivostok.
Segundo a empresa, no total serão postos à venda 19 diamantes com o peso total
de 1.098 quilates. O maior diamante tem o peso de 401,9 quilates. Ao mesmo
tempo, será realizado um leilão de 28 diamantes trabalhados. Esta é a primeira
vez que Vladivostok acolhe tal evento comercial. Mais de 30 empresas de Hong Kong,
Israel, Índia, EUA, Bélgica e a Rússia planejam participar do leilão. No
futuro, planeja-se abrir um Centro Euroasiático de Diamantes em Vladivostok.
Este será instalado no velho edifício do aeroporto. Segundo a empresa, o novo
centro deve começar a funcionar em 2017
Fonte: Sputniknews