Moçambique: Engenheiros pedem auditoria à edifício do Banco de Central em Chimoio
A Ordem
dos Engenheiros de Moçambique pediu hoje uma auditoria técnica à filial do
Banco Central inaugurada pelo Presidente da República na sexta-feira, e que
ficou inundado no sábado a seguir.
Num
comunicado desta quinta-feira (15.10), a Ordem dos Engenheiros de Moçambique
fundamenta que "não sendo este um caso único de falhas em obras públicas,
a ordem entende que devem ser tomar medidas que permitam apurar
responsabilidades, desde o dono da obra ao empreiteiro, passando pelo
projetista e pelo fiscal da empreitada, através duma auditoria técnica cujos
resultados devem ser divulgados publicamente".
No dia
a seguir à inauguração, sábado (10.10) "o edifício do Banco de Moçambique
na cidade de Chimoio [centro do país] revelou sofrer de deficiências, postas a
nu pela água que escorreu para o auditório e algumas outras áreas do edifício
durante a tempestade" que se abateu sobre aquela zona do país.
As
infiltrações ficaram registadas num vídeo que circula nas redes sociais, onde
se vê a chuva a cair dentro de uma das salas.
Em nome
do "bom nome da classe"
A Ordem
dos Engenheiros disponibiliza-se a colaborar na auditoria, considerando que o
caso da filial do Banco Central em Chimoio é uma "oportunidade singular
para se refletir sobre as práticas em uso na indústria da construção" no
país.
Por
outro lado, a ordem diz que importa "garantir que o bom nome da classe dos
engenheiros de Moçambique não seja deslustrado por casos como este".
"Importa,
pois, tirar lições e verificar se há necessidade, tanto de conteúdo como de
aplicação, de melhorar os procedimentos e os dispositivos normativos que regem
a atividade da construção", concluiu.
A
filial do Banco de Moçambique no Chimoio resulta do reaproveitamento dos escritórios
do antigo Banco Nacional Ultramarino.
Favorecimento
na seleção das empresas
Em
Maxixe, parte das obras de construção civil têm sido adjudicadas à empresa SGI
Construções Lda. que não se encontra registada no Boletim da República e que
apenas tem escritórios em Maputo. A empresa, com laços fortes com o Presidente
do município, Simão Rafael, faturou, nos últimos dois anos, mais de 30 milhões
de meticais (cerca de 427 mil euros) em obras que até hoje ainda não
terminaram.
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