sábado, 26 de dezembro de 2015

Museu em Minas Gerais, Brasil.

Projetado por Gustavo Penna, novo Museu de Congonhas é inaugurado em Minas Gerais
Equipamento receberá exposições temporárias e permanentes e programas educacionais voltados principalmente ao Santuário do Bom Jesus de Matosinho
Kelly Amorim, do Portal PINIweb
15/Dezembro/2015






A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura de Congonhas, em Minas Gerais, inauguram oficialmente nesta terça-feira (15) o novo Museu de Congonhas, projetado pelo escritório Gustavo Penna Arquitetos e Associados.
Por ter como principal temática o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, sítio histórico que tem o título de Patrimônio Cultural Mundial desde 1985, o local atuará como "museu de sítio", servindo como um equipamento de mediação entre o Santuário e o público. O objetivo da nova instituição será a de qualificar a experiência de estar no lugar, intensificando os sentidos e a percepção dos visitantes.
O museu, instalado em um edifício de 3.452,30 m² ao lado do Santuário, abriga em três pavimentos sala de exposições, reserva técnica, biblioteca, auditório, ateliê, espaço educativo, cafeteria, anfiteatro ao ar livre e áreas administrativas.
O projeto foi concebido, de acordo com o escritório, buscando soluções para três questões fundamentais: implantação neutra, sem competição volumétrica com o conjunto principal; criação de espaços externos e percursos internos claros, amplos e reverentes; e dinâmica dos espaços de forma que façam ecoar a dimensão simbólica dos valores que acolhe e apresenta aos visitantes.
A fachada do edifício caracteriza-se pelo sentido de contemporaneidade, que afirma no seu tempo uma atitude atemporal de respeito, equilíbrio e harmonia. Já a área de distribuição das funções, emerge do grande terraço de acesso em dois tempos: o da chegada, mineral, simples, direto e eficiente; lugar de muita gente e movimento. E o outro separado por jardins, para contemplação, com o seu espelho d´água a refletir o céu e o horizonte.
O empreendimento foi financiado com recursos captados pela Lei Rouanet, recursos próprios da Prefeitura de Congonhas e patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Santander, Vale e Gerdau.
O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, para onde o Museu dedica sua principal atenção, está localizado no Morro Maranhão, na zona urbana de Congonhas. Sua construção teve início em 1757 e se estendeu até o começo do século 19. Trata-se de um conjunto arquitetônico e paisagístico formado pela Basílica, escadaria em terraços decorada por esculturas dos 12 profetas em pedra-sabão e seis capelas com cenas da Via Sacra, contendo 64 esculturas em cedro em tamanho natural. No conjunto trabalharam os artistas de maior destaque do período, como o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), e o pintor Manoel da Costa Athaíde (1760-1830).
Exposição
A exposição permanente que inaugura o Museu de Congonhas, cuja curadoria é assinada pelos museólogos Letícia Julião e Rene Lommez, trata das manifestações da fé no passado e no presente, em particular, o sentido de exteriorização da devoção projetado na monumentalidade teatral do espaço do Santuário, nas práticas da romaria e nos ex-votos. A mostra também retrata o Santuário como expressão de trânsito cultural resultante da expansão portuguesa; da relação do espaço religioso com a vida urbana de Congonhas; do Santuário como obra de arte; do trabalho do Aleijadinho, mas, sobretudo da produção artística como resultado de processo coletivo de distintos artífices; e do deslocamento da arte como transcendência da fé para o objeto de devoção.
O projeto expográfico, assinado pelo designer espanhol Luis Sardá, preza pelo cuidado com o público diverso que visita a cidade, oferecendo inúmeras possibilidades de apreensão do rico conteúdo do museu.
O novo museu fica na Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal e fica aberto de terça-feira a domingo, das 9h00 às 17h00; e quartas-feiras, das 13h00 às 21h00.

 

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