Setembro Dourado: cura do câncer infantil chega a 70% dos casos com
diagnóstico
- 04/09/2016
16h37
- Brasília
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O
câncer infantil figura atualmente como a segunda causa de morte na faixa etária
entre 1 e 19 anos, perdendo apenas para causas externas, como acidentes e
violência. Apesar disso, o índice de cura pode chegar a 70% dos casos se houver
diagnóstico precoce. O alerta é da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
que promove a campanha Setembro Dourado no intuito de ampliar a conscientização
em prol da causa.
De
acordo com a entidade, no Brasil, a taxa de cura do câncer infantil gira em
torno de 50% dos casos – índice bastante distante de países como os Estados
Unidos, onde a taxa é de 80%. A campanha destaca que o tratamento, nestes casos
especificamente, vai muito além do papel exercido por hospitais e defende o
empenho de diversos setores na luta contra a doença.
Câncer em crianças X câncer em adultos
Dados
do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 12 mil novos diagnósticos de
câncer infantil no Brasil a cada ano, com pico de incidência na faixa de 4 a 5
anos e um segundo pico entre 16 e 18 anos.
Os
tipos mais comuns de câncer entre adultos são os carcinomas (como câncer de
pulmão e câncer de mama), provocados, em parte, por fatores ambientais e
estilos de vida. Já em crianças, os tipos mais comuns são leucemia, tumores no
sistema nervoso central e linfomas (câncer dos gânglios linfáticos), geralmente
com origem em células que se desenvolveram em estágios iniciais da gestação.
Câncer infantil é doença familiar
A
campanha defende ainda que o profissional de saúde que atende uma criança com
câncer deve estender o tratamento a toda a família do paciente, uma vez que o
câncer infantil é visto por especialistas como uma espécie de câncer familiar e
não de um único indivíduo apenas.
A
proposta é que a sociedade civil organizada exerça papel fundamental de dar
apoio psicológico, principalmente aos que estão em outra cidade para o
tratamento e o acolhimento da família e da criança.
“A
luta pelo câncer infantojuvenil é de todos – governantes de todas as esferas,
pais, educadores, profissionais da saúde, voluntários, cidadãos. Assim, quanto
mais informações sobre a doença forem disseminadas na sociedade e cada um
assumir o papel de promoção pela cura, alcançaremos a meta, pois não há prêmio
melhor do que uma criança curada.”
Sinais a serem investigados
Os principais sinais de
investigação em relação ao câncer infantil são:
- vômitos associados a
dores de cabeça (sem náusea)
- desequilíbrio ao
andar
- dificuldade na visão
- dores ósseas ou nas
articulações
- movimentos limitados
- palidez insistente
- febre persistente
- emagrecimento
- fraqueza
- irritabilidade
- sudorese excessiva
- manchas roxas no
corpo ou em pálpebras
- sangramento em geral
- diarreias crônicas
- dores frequentes nos
dentes, não associadas a cáries
- dores abdominais
prolongadas
- ínguas, gânglios ou
nódulos indolores, com rápido crescimento, principalmente no pescoço, axila ou
virilhas
- nódulos ou pintas na
pele, que crescem ou mudam de cor
- secreção crônica
drenada pelo ouvido
- desenvolvimento
precoce de caracteres sexuais
- na região dos olhos,
pupila branca ou totalmente dilatada, protrusão do globo ocular.
Edição: Maria Claudia
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