Brasil
perde R$ 5,7 bilhões por ano ao não reciclar resíduos plásticos
O tratamento dos resíduos ainda é inadequado,
apontam especialistas
Publicado
em 07/06/2018 - 16:08
Por
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil São Paulo
O Brasil produz mais de 78,3
milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, dos quais 13,5% – o
equivalente a 10,5 milhões de toneladas – são de plástico. Se o total desse
montante de plástico fosse reciclado, seria possível retornar cerca de R$ 5,7
bilhões para a economia, segundo levantamento do Sindicato Nacional das
Empresas de Limpeza Urbana (Selurb).
“O Brasil ainda destina
inadequadamente cerca de 40% de todo o resíduo gerado no país. São bilhões de
reais que poderiam ser revertidos para a construção ou modernização de aterros
sanitários, ampliação dos serviços de coleta e outras atividades relacionadas à
limpeza urbana. O gerenciamento de resíduos envolve uma rede complexa de
atividades e a reciclagem é um pilar que precisa começar a ser desenvolvido
como oportunidade de negócio. Do contrário, não terá resultado concreto”,
explica Marcio Matheus, presidente do Selurb.
Previsão de crescimento
O Brasil
produz 10,5 milhões de toneladas de lixo plástico ao ano - Foto ONU:
Martine Perret/Direitos Reservados
A entidade avalia que
os números refletem uma realidade mundial e que o aumento do poder de
compra da população e os altos investimentos em novas fábricas e tecnologias
serão responsáveis por um crescimento de cerca de 30% na produção de
plástico em menos de 10 anos.
Uma das alternativas em relação à
gestão de resíduos sólidos apontadas pela entidade seria a erradicação dos
quase 3 mil lixões existentes no país e a implantação de uma rede
regionalizada de aterros sanitários, para tratar adequadamente os resíduos.
“Se ilude quem acha que é
possível fazer reciclagem em um país continental sem buscar soluções de escala.
A reciclagem só será possível quando houver viabilidade econômica, o que inclui
incentivos governamentais, com isenções fiscais, e estrutura logística para
tal. A primeira medida é desenvolver soluções logísticas que concentrem esses
materiais, como ecoparques – que apresentam, também, a estrutura dos aterros
legalizados. A partir disso, será possível diluir os altos custos logísticos e
trazer viabilidade econômica para que os materiais recicláveis cheguem à
indústria a um preço atrativo, como aconteceu nos EUA”, aponta
o engenheiro especialista em sustentabilidade, Carlos Rossin.
Edição:
Amanda Cieglinski
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