Pacientes
no Quênia buscam clínicas mal equipadas e automedicação durante greve de
funcionários
2016-12-09
11:21:11丨portuguese.xinhuanet.com
Nairóbi, 7 dez (Xinhua) --
Centenas de pacientes desesperados, afetados pela greve de funcionários de
saúde que ocorre no Quênia, recorreram às instalações privadas de saúde mal
equipadas e à automedicação.
A greve, que está no seu terceiro
dia, fechou o setor de saúde pública do país da África Oriental, causando agonia
e desespero entre os pacientes, enquanto o governo luta para encontrar uma
solução para a crise.
Pelo menos oito pacientes
morreram em todo o país após a greve que paralisou os serviços nos hospitais
públicos.
Os médicos e as enfermeiras estão
em greve para pressionar por melhores condições de trabalho e um salário mais
alto, acusando o governo de negligência.
Os médicos, através da União dos
Médicos, Farmacêuticos e Dentistas do Quênia (KMPPDU), acusam o governo de
paralisar a implementação de um acordo de negociação coletiva firmado em 2013.
"Se nenhum dinheiro for
oferecido a nós, permaneceremos em greve até que nossas demandas sejam
cumpridas. Nós não pararemos até que os médicos recebam a dignidade que
merecem. Os quenianos têm direito a médicos de qualidade e adequadamente
pagos,” disse o secretário-geral da KMPPDU, Fredrick Ouma Oluga, na
terça-feira.
Enfermeiros, também através de
seu sindicato, pedem salários mais altos, citando a negligência do governo em
lidar com suas queixas.
O governo, por outro lado, acusou
os trabalhadores de saúde de insinceridade, acrescentando que eles não podem
atender suas demandas, uma vez que não tem o apoio da comissão salarial.
No entanto, o secretário do
Gabinete de Saúde, Dr. Cleopa Mailu, que mantém as negociações na terça-feira
com os representantes sindicais em Nairóbi, disse que ainda há margem para
negociações, já que o governo está comprometido com a harmonia.
"Vamos continuar a estender
a boa vontade das negociações até que este processo seja concluído e esperamos
encontrar os médicos hoje para alcançar um equilíbrio. As greves devem ser o
último recurso porque as ferramentas estão lá para nós podermos negociar,”
disse Mailu .
O KMPDU quer um aumento de
salário de 300% para seus membros, enquanto o Sindicato Nacional das
Enfermeiras do Quênia quer um aumento de 25 a 45%.
Mailu, contudo, observou que
qualquer conclusão deve levar em consideração a entrada da Comissão de Salário
e Remuneração (SRC), um órgão governamental encarregado de fixar o salário dos
servidores públicos, além da avaliação do trabalho.
O impasse tem levado milhares de
pacientes de baixa renda ao limite, sem dinheiro para visitar instalações
privadas de alto custo; famílias aflitas têm buscado clínicas mal equipadas em
áreas residenciais.
Pesquisas mostraram que as
unidades de saúde, algumas equipadas por trapaceiros, estão lutando para lidar
com o aumento do número de pacientes.
"Viemos aqui de manhã cedo,
mas não fomos atendidos porque a fila é longa", disse John Ochieng, que
havia levado uma paciente que sofria de dor nas articulações para um pequeno
centro de saúde em Kayole, na região leste de Nairóbi.
De acordo com Ochieng, ele havia
levado a paciente, que havia viajado na segunda-feira do oeste do Quênia para o
hospital Mama Lucy, uma instituição de saúde do governo na região, mas não teve
sorte ao encontrar os médicos em greve.
"A dor piorou e ela não pode
viajar de volta", disse Ochieng, notando que ele havia oferecido à
paciente um punhado de analgésicos em vão.
A mãe grávida, Susan Museu,
perdeu sua exame pré-natal na segunda-feira devido à greve, e já que seus
remédios acabaram, comprou alguns de um químico, não querendo parar de tomar os
remédios.
Pelo menos oito pacientes
morreram em diferentes partes do país no primeiro dia da greve, na
segunda-feira. E com o impasse esperado para durar várias semanas, pois as
partes mantém posições rígidas, a tristeza envolveu as famílias dos pacientes.
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