Brasil
pode perder certificado de eliminação do sarampo, alerta Opas
Risco existe se surto da doença permanecer por mais
de 12 meses
Publicado
em 30/09/2018 - 14:55
Paulo, EXCLUSIVA: Para meu amigo Rui Varelho, atuante na área de saúde
ai em Moçambique, poeta de primeira linha, ver que o Brasil pós golpe está
regredindo rapidamente para uma ditadura satélite dos EUA, atrasada.
Lamentamos.
Por Paula
Laboissière, enviada especial* Rio de Janeiro
O Brasil tem até fevereiro de
2019 para reverter os surtos de sarampo registrados em diversas áreas do país –
sob pena de perder o certificado de eliminação da doença, concedido pela
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2016. O alerta foi feito pela
assessora regional de Imunizações da entidade, Lúcia Helena de Oliveira,
durante a 20ª Jornada Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro.
Opas: casos de sarampo são importados e só ocorrem devido à cobertura
vacinal inadequada - Arquivo/Agência Brasil
Dados do Ministério da Saúde
mostram que, até 24 de setembro, foram confirmados 1.766 casos de sarampo,
dos quais 1.367 no Amazonas e 325 em Roraima.
Há ainda, segundo a pasta, quase 8 mil casos em investigação em ambos os estados, além de casos isolados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (29), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (14) e em Sergipe (4).
Há ainda, segundo a pasta, quase 8 mil casos em investigação em ambos os estados, além de casos isolados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (29), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (14) e em Sergipe (4).
Lúcia Helena de Oliveira lembrou
que a Venezuela, de onde veio a cepa de sarampo identificada no Brasil, perdeu
seu certificado de eliminação em junho deste ano.
Contra o tempo
O critério adotado pela Opas para
conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período
superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm
contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram
identificados no início do ano.
“Sabemos que os casos no Brasil
são de importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive a
Venezuela. Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não tínhamos
cobertura de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até aqui e
não produziriam nenhum tipo de surto”, destacou a assessora da Opas.
Atualmente cerca de 4,4 mil
municípios atingiram a meta de vacinação estipulada por meio de campanha, o que
representa que aproximadamente 1,3 mil cidades permanecem com coberturas
vacinais que deixam a desejar.
“As importações continuarão sendo
uma ameaça permanente. A única forma de evitar a disseminação do vírus é
obtendo coberturas vacinais acima de 95% em todos os municípios – não somente
em nível de país”, ressaltou Lúcia Helena Oliveira.
*A
repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações
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Edição: Nádia
Franco
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